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SAÚDE EM FOCO

Escova progressiva não pode ter formol nem ser feita em crianças; ENTENDA riscos

Pelas diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), técnicas de alisamento
capilar, como escova progressiva, não podem levar formol na composição. O uso indevido
dessa substância química traz sérios riscos à saúde, como reações alérgicas no couro cabeludo
e câncer (entenda mais detalhes nesta reportagem).
Esses procedimentos estéticos devem ser feitos apenas em adultos, com produtos testados e
regulamentados. A aplicação em crianças é proibida no Brasil.
Apesar disso, José Flávio de Souza, de 38 anos, afirma que uma cabeleireira de Ferraz de
Vasconcelos (SP) fez uma escova progressiva na filha dele, Yasmin, de 9 anos, sem a
autorização da família.
A menina ficou com os olhos inchados, sofreu uma inflamação e foi submetida a duas cirurgias
de implementação de drenos na cabeça. Foram 21 dias no hospital.
Crianças podem alisar o cabelo?
A Anvisa afirma que o uso de alisantes capilares em crianças é proibido. Todos os produtos
com esse fim são destinados exclusivamente a adultos.
Pode haver uso de formol nos alisantes de cabelo?
Não. Segundo a Anvisa, usar formol para alisar o cabelo é uma infração sanitária.
Pelo artigo 273 do Código Penal, falsificar, corromper ou adulterar produtos "destinados a fins
terapêuticos ou medicinais" é crime. A pena é de 10 a 15 anos de reclusão e multa.
Quais os riscos de usar alisante com formol?
A Anvisa afirma que alisantes de cabelo com formol apresentam os seguintes riscos à saúde:
irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão no couro cabeludo; queda
da cabelo; ardência e coceira nos olhos e no nariz; falta de ar e tosse; dor de cabeça.
Se houver uma exposição frequente ao formol, a pessoa pode ainda ter: dor de barriga, enjoo,
feridas na boca, na narina e nos olhos, amargura na boca, câncer nas vias aéreas superiores.

O profissional que aplica o produto também entra em contato com a substância, e,
consequentemente, corre riscos. Como a escova progressiva exige o uso de chapinha (prancha
que alisa o cabelo por meio do calor), há a liberação de vapores do formol para o ambiente.
Como saber se o alisamento será seguro?
Verifique na embalagem do produto se há um número do processo de Autorização de
Funcionamento da Empresa (AFE). Depois disso, digite os dados neste link para comprovar que
houve registro na Anvisa. Mesmo os cosméticos importados necessitam desse cuidado.
ATENÇÃO: Não use alisantes sem registro. Eles podem causar danos à córnea, queimaduras
graves no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos cabelos, afirma a agência.
Não aplique o produto se você já estiver com algum machucado no couro cabeludo.
Mantenha o alisante distante das crianças.
Se você estiver grávida ou for lactante, consulte um médico antes de fazer o procedimento.
Aplique o produto a pelo menos meio centímetro da raiz do couro cabeludo.
Faça um teste de mecha para avaliar como seu cabelo reagirá ao procedimento.
Procedimentos como 'escova inteligente' ou 'escova de chocolate' são certificados pela
Anvisa?
A agência não registra procedimentos estéticos. Por isso, é importante verificar quais são os
produtos usados no alisamento. Esses, sim, devem ser certificados pela Anvisa.
Há alisantes permitidos pela Anvisa? Quais?
Sim. De acordo com a instrução normativa publicada pela Anvisa em 2020, as seguintes
substâncias são permitidas em procedimentos para alisar o cabelo: ácido tioglicólico e seus
sais, ésteres do ácido tioglicólico, hidróxido de sódio ou potássio, hidróxido de lítio, hidróxido
de guanidina (formado pela combinação de hidróxido de cálcio e um sal de Guanidina) e
sulfitos e bissulfitos inorgânicos.
O formol NÃO está entre eles. (Informações Globo.com – Foto: José Flávio de Souza/Arquivo
Pessoal)

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